Para começar a entender como os surdos franceses começaram a se organizar politicamente no século XIX, muito antes de se pensar em direitos das minorias, não podemos deixar de lado a figura de Charles-Michel de L´Épée.
Já sabemos que os famosos BANQUETES SURDOS tiveram início em 1834 em função da comemoração do aniversário do padre, falecido em 1789.
A fama obtida por esse educador não foi sem mérito, já que sua luta incansável pela defesa da língua de sinais (na época conhecida como mímica) utilizada pelos surdos, deu aos surdos por ele educados uma condição nunca antes alcançada.
“Em 1760, na França, o abade l’Epée (Charles Michel de l’Epée: 1712 -1789) iniciou o trabalho de instrução formal com duas surdas a partir da Língua de Sinais que se falava pelas ruas de Paris utilizando para esse fim além da Língua de Sinais, a datilologia (alfabeto manual) e sinais criados artificialmente, obtendo grande êxito, sendo que a partir dessa época a metodologia por ele desenvolvida tornou-se conhecida e respeitada, assumida pelo então Instituto de Surdos e Mudos (atual Instituto Nacional de Jovens Surdos) em Paris como o caminho correto para a educação dos seus alunos.”[1]
A imagem que ilustra este Blog trata-se de uma obra do artista surdo Auguste Colas (1814-1915). “Menu para um banquete de aniversário do nascimento do Abée de L´Épée” , de 1898.
[1] RAMOS, Clélia Regina. "Libras como Segunda Língua para Ouvintes: UMA PROPOSTA DE INCLUSÃO" IN REVISTA VIRTUAL DE CULTURA SURDA E DIVERSIDADE (EDITORA ARARA AZUL) , 4ª ed. Junho 2009.
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