sexta-feira, 18 de junho de 2021

Como surgiu a ideia

Em 1992, a convite do GELES/Grupo de Estudos sobre Linguagem, Educação e Surdez, grupo coordenado pela pesquisadora Lucinda Ferreira Brito na Faculdade de Letras da UFRJ, a Babel Editora (que se transformou em 1993 em Editora Arara Azul) publicou o número 6 da sua REVISTA GELES.

O primeiro ensaio do volume, “Los banquetes de sordos mudos e el Nacimiento del movimiento sordo”, de autoria do pesquisador Bernard Mottez,  muito me impressionou por dois motivos: trazia o conceito absolutamente novo de  “povo surdo”  ou “nação surda” (“los sordos forman un pueblo sin territorio") e demonstrava essa ideia através de fatos ocorridos no século XIX na Europa, com a existência desses banquetes surdos, entre outras evidências de uma organização política dos surdos.


No Brasil os surdos ainda não tinha  a visibilidade que hoje apresentam. A assim chamada “Lei de Libras” é de 2002 (com o reconhecimento da Libras como língua dos surdos). Mas a minha convivência com surdos cariocas, depois brasileiros e depois de alguns outros países, foram me demonstrando  que realmente esses grupos apresentam algumas condições culturais especiais.


O tempo foi passando, acabei me dedicando à editoração de traduções de textos do Português escrito para a Libras e, apenas em 2015, quando surgiu uma oportunidade de cursar um Pós Doutorado na França como pesquisadora associada ao PACC/PROGRAMA AVANÇADO DE CULTURA CONTEMPORÂNEA DA UFRJ  é que o texto de Mottez voltou à minha mente com muita força. E o desejo de pesquisar o tema onde tudo aconteceu.




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